O que é logística
Existem diversos tipos de organização, sejam privadas ou públicas, que se utilizam dos serviços logísticos, como empresas manufatureiras, empresas de transporte, empresas alimentícias, Forças Armadas, serviços postais, distribuição de petróleo, transporte público e muitas outras.
O termo logística foi usado inicialmente, conforme definições do dicionário Aurélio, para identificar as atividades militares de aquisição, transporte, estocagem e manutenção de materiais, equipamentos e pessoal. Nesse sentido, a palavra foi utilizada inicialmente pelos franceses “logistique” com origem no latim “logisticus”, relativo à razão. Portanto, dentro deste contexto os objetivos da logística são tornar disponíveis os produtos e serviços corretos e requeridos, no tempo certo, no local certo, nas condições adequadas, ao mesmo tempo em que se produz a maior contribuição possível para a empresa.
Conceito de Logística Empresarial
“Logística é o processo de planejamento, implementação e controle eficiente e eficaz do fluxo e armazenagem de mercadorias, serviços e informações relacionadas desde o ponto de origem até o ponto de consumo, com o objetivo de atender às necessidades do cliente”. (BOWERSOX, Donald J, CLOSS, David J. Logística empresarial: “o processo de integração da cadeia de suprimento” São Paulo: Atlas, 2001 p. 21).
É bastante relevante oferecer a definição de logística, e para isso, vai vamos utilizar a definição oficial oferecida pelo Council of Logistics Management – CLM dos Estados Unidos (a maior organização de logística do mundo), a qual é uma das definições mais divulgadas e que estabelece o seguinte:
“Logística é o processo de planejar, implementar e controlar eficientemente, ao custo correto, o fluxo e armazenagem de matérias primas, estoques durante a produção e produtos acabados, e as informações relativas a estas atividades, desde o ponto de origem até o ponto de consumo, com o propósito de atender aos requisitos do cliente” (Bowersox & Closs, 1996).
Nessa última definição, são identificados claramente dois tipos de fluxos: o de material e o de informações, os quais devem ser estruturados de forma integrada. Acontece que, decisões que sejam tomadas em qualquer um dos fluxos anteriores, podem ter impactos no fluxo de caixa da organização, razão pela qual se deve considerar a presença de mais um fluxo: o fluxo monetário-financeiro, que junto com os dois fluxos anteriores formam o fluxo logístico total.
Um dos resultados gerenciais de extrema importância nas últimas décadas foi o surgimento e consolidação da logística. A logística foi organizada formalmente como uma ferramenta de coordenação de materiais e provisões durante a Segunda Guerra Mundial.
Com o seu caráter integrador e a sua abrangência de toda a cadeia de suprimentos, o gerenciamento logístico contribui a alcançar o objetivo da vantagem competitiva através da redução de custos e da agregação de valor no serviço. Esta particularidade, tem despertado nos executivos o interesse de conhecer o desempenho dos sistemas logísticos com que trabalham, surgindo assim a necessidade de desenvolver esquemas que permitam medir semelhante desempenho. Estudos encomendados pelo Council of Logistics Management (CLM) dos Estados Unidos indicam que executivos da Europa e da América do Norte identificam a medição do desempenho logístico como a segunda necessidade de pesquisa, sendo superada só pelo interesse em pesquisas sobre Tecnologias de Informações. Aplicada a negócios, ela trata principalmente da movimentação de produtos finais. Segundo esse conceito, a logística passou então a se concentrar mais na distribuição física, estendendo-se a diversas camadas do lado da demanda. Contudo, a logística definida desta forma não se ocupa de perto com a produção, e menos ainda com o fornecimento. Este é o sentido restrito da logística. No seu sentido amplo, a logística, hoje em dia, significa a Administração da Cadeia de Suprimentos. Portanto a logística abrange tanto o fornecimento de materiais quanto a distribuição de produtos nas suas diversas camadas; além, é evidente, da própria produção da empresa.
As exigências ao sistema logístico
Muitas variáveis ambientais interferem no sistema logístico. As características do ambiente empresarial, em particular o ritmo da sua mudança, têm influenciado diretamente nos modelos de gerenciamento adotados. Nas últimas décadas aconteceram mudanças radicais no ambiente de negócios que condicionaram a substituição de um modelo de produtividade focalizado principalmente na quantidade, para um modelo de competitividade focalizado no serviço ao cliente. Neste contexto, emerge a logística como valiosa ferramenta para a contribuição ao desenvolvimento da competitividade empresarial.
O sistema logístico adotado deve zelar pelo cumprimento das exigências de:
- Capacidade de reação: a qual se expressa como o tempo que a organização precisa para satisfazer os pedidos dos clientes;
- Flexibilidade: que representa a faculdade que possui o sistema de se adaptar a mudanças que aconteçam tanto no produto logístico como nas condições do mercado e do ambiente em geral;
- Confiabilidade: que se expressa como a probabilidade de funcionamento do sistema sem falhas (na quantidade, na qualidade, na variedade, no prazo e no preço dos produtos ou serviços oferecidos aos clientes);
- Dinâmica do rendimento: que estabelece a exigência e a necessidade de ir obtendo, ao longo do tempo, resultados progressivos (na produtividade, na rentabilidade, no ciclo do pedido, entre outros).
As partes do Sistema Logístico
Outro ponto de partida para a avaliação de um sistema logístico é a determinação das partes componentes do mesmo, ou seja, dos subsistemas que o integram. O desempenho de toda a cadeia poderia estar limitado pelo desempenho de algumas de suas partes, e daí a importância da identificação destas partes. De forma geral, a maioria das organizações identificam a Logística dos Suprimentos e a Distribuição Física de Produtos como sendo subsistemas, sendo possível em outras situações (como no caso das empresas industriais) contar com outras partes componentes, como a Logística da Produção ou Logística Interna e a Logística Reversa. Não é só importante a identificação destas partes componentes, mas também possui importância a determinação das relações entre as mesmas. Tudo isto servirá para determinar onde serão feitas as medições necessárias para avaliar o desempenho do sistema.
Objetivos do Sistema Logístico
Todo sistema tem objetivos a atingir, objetivos estes que norteiam tanto a configuração como a execução do sistema, e expressam a razão de ser do mesmo, explicando para que o sistema foi criado. No caso do Sistema Logístico, os seus objetivos estabelecem-se da seguinte forma:
1) Nível de serviço que satisfaça o cliente
2) Com os menores custos logísticos totais
Dentre os dois objetivos descritos acima se manifestam duas direções conflitantes, pois maiores níveis de serviço normalmente geram maiores custos logísticos, e menores custos logísticos normalmente só sustentam menores níveis de serviço ao cliente.
A logística tem que compensar estas duas direções conflitantes (custos versus nível de serviço) visando à melhor combinação para a organização, e naturalmente, a combinação que melhor se comporte perante o mercado e que resulte como a mais atrativa para os clientes.